segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Seleção genética é permitida, mas tem regra rígida; confira


A fertilização in vitro, técnica de reprodução assistida mais conhecida como a do bebê de proveta, é um tipo de tratamento que permite que seja feita uma seleção genética do embrião. No entanto, esse procedimento tem regras bastante restritas, estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ela só pode ser feita se o intuito for de diagnosticar, tratar ou impedir a transmissão de doenças genéticas. A determinação faz parte do documento Normas Técnicas para a Utilização das Técnicas de Reprodução Assistida do CFM.

De acordo com Nilo Frantz, diretor do Centro de Pesquisa e Reprodução Humana Nilo Frantz, de Porto Alegre, as técnicas de reprodução humana permitiram que seja feito o diagnóstico de doenças genéticas nos embriões antes que eles sejam implantados. Dessa forma, os problemas hereditários podem ser evitados. "O estudo genético dos embriões permite que o casal se reproduza sem repetir a doença que carregam no gene. Permite que gerem filhos saudáveis", afirma.

Quem precisa de investigação genética?
Alguns grupos são considerados de risco quando o assunto é doença genética. Casais que têm alguma enfermidade genética na família são encaminhados ao geneticista quando procuram a reprodução assistida.

O especialista vai fazer uma investigação e, dependendo do diagnóstico, os embriões vão passar pelos exames necessários. As células que apresentarem o problema genético que circula na família não serão transferidas para o útero. De acordo com o CFM, todo o procedimento deve estar descrito no documento de consentimento informado que o casal assina quando se submete à técnica.

Os casais em que a mulher já tem idade mais avançada também podem fazer a investigação. A indicação é por conta do óvulo que já está mais velho e, portanto, tem propensão maior a gerar filhos com a síndrome de Down, por exemplo.

Os casais que passam pelo fenômeno chamado de aborto de repetição - quando ela perde três ou mais gestações
seguidas - também vão passar por uma investigação com o geneticista. Se for constatada alguma doença cromossômica nos futuros pais, o especialista vai indicar que seja feito o exame genético nos embriões.

De acordo com Nilo, existem casos em que o problema é o sistema imunológico da mãe que não permite a implantação do embrião no útero.

Seleção genética que salva uma vida
Em fevereiro, nasceu o primeiro bebê brasileiro selecionado geneticamente. A pequena Maria Clara veio ao mundo para salvar a vida da irmã mais velha Maria Vitória, de 5 anos. A menina sofre de talassemia major, doença genética que causa anemias graves e que, se não tratada corretamente, pode levar a morte.

A cura para a talassemia major é o transplante de medula óssea, já que é lá que se instala o problema. Além de ser 100% compatível com Maria Vitória, a seleção permitiu que Maria Clara não nascesse com a mesma doença da irmã, que é transmitida de maneira hereditária pelos cromossomos dos pais.



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