segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Cirurgia Genética


A revista Nature publicou em 2 de dezembro de 2013 uma matéria sobre o popular (no meio científico) CRISPR (com tradução literal de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Interespaçadas e Aglomeradas). Trata-se de um sistema que usa uma tecnologia totalmente inovadora para a adição de genes e a consequente remoção de mutações nocivas, trocando-as por sequências de DNA saudável.  

Conhecida como “cirurgia genética”, o impacto sobre os transtornos genéticos seriam bastante consideráveis, como afirma o presidente interino Kevin Bitterman, capitalista investidor da Polaris Partners, e um dos financiadores da EditasMedicine, que tem sede em Cambridge, que anunciou em novembro um bom capital para o laamento desta nova tecnologia. 

A tecnologia CRISPR se baseia em uma estratégia imunológica que usa bactérias para detectar e remover DNA exógeno. A enzima de restrição Cas9 encontra seu alvo com a ajuda de uma sequência-guia de RNA que pesquisadores já conseguem modificar para visar praticamente qualquer gene de interesse.



Algo parecido já é feito, utilizando-se de vírus, porém com esta técnica não é possível a modificação das sequências defeituosas, somente a inserção de uma sequência saudável. A empresa Sangamo BioSciences de Richmond, da Califórnia, utiliza nucleases com íons zinco (zinc finger), para recortar e desativar genes de interesse. O zinc finger vêm se mostrando bastante promissor para interromper a codificação de proteínas de superfície usadas pelo vírus HIV para invadir as células do sistema imunológico, o que mostra um ponto positivo em relação ao sistema CRISPR.


Ainda não foi divulgado o foco da terapia, entretanto inicialmente será testada em doenças provocadas por uma única cópia genética incorreta, como diz Feng Zhang, neurocientista do Instituto McGovern de Pesquisa Cerebral do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e um dos fundadores da Editas. Ele afirma ainda que o tratamento de doenças envolvendo duas cópias defeituosas de genes exigirá a correção do gene com a adição de DNA saudável, o que exigirá um maior trabalho.
Um desafio a enfrentar tanto pela Editas, que está trabalhando com o sistema CRISPR, quanto as outras deste segmento, é a aprovação da FDA (Food and Drug Administration dos Estados Unidos) que, de acordo com um analista da Cowen and Company de Nova York, nunca aprovou um produto de terapia genética.




 
Fonte: Por Helen Shen e Revista Nature, para oScientífic American Brasil. Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/-cirurgia_genetica-_pode_se_tornar_possivel.html

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