A divisão celular ocorre em várias fases, sendo que a transição entre a fase G2 e a M corresponde a um “ponto de controlo” neste processo. O estudo mostra, pela primeira vez, que o VHD altera o ciclo normal de regulação das células num ponto preciso: entre a fase G2 e M, provocando erros no ciclo. Os investigadores acreditam que a interferência do vírus com este controlo é a causa do desenvolvimento de processos carcinogénicos nas células
Para além disso, os investigadores mostram ainda que algumas proteínas celulares que participam no suicídio das células cancerígenas são sintetizadas em menor escala na presença do VHD, o que contribui para reduzir as defesas do organismo e potenciar o desenvolvimento de cancro. O vírus da Hepatite D (ou Delta) depende da presença do vírus da Hepatite B para se multiplicar e infectar o fígado, nos seres humanos. Tem um período de incubação entre 15 a 45 dias e mantém-se por muito tempo no sangue.
Transmite-se pelas mesmas vias do vírus da Hepatite B: sangue e transfusões sanguíneas, durante o parto e através da partilha de seringas infectadas ou objectos de higiene pessoal (lâminas de barbear, escovas de dentes, etc). É mais prevalente na bacia do Mediterrâneo, Médio Oriente, Ásia Central, África Ocidental, América do Sul e em algumas ilhas do Pacífico Sul. A descoberta deste mecanismo de formação do cancro associado ao VHD poderá contribuir, a longo prazo, para o desenvolvimento de terapias específicas, actualmente ainda indisponíveis aos doentes. IN: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=58229&op=all
O estudo é interessante no sentido em que a descoberta das alterações que surgem na expressão de genes celulares que resultam da replicação deste vírus vai permitir que sejam desenvolvidas novas terapias especificas para diminuir a incidência de hepatocarcinoma.
ResponderEliminarDada a elevada incidência de infeção pelos vírus das hepatites B e C, seria importante realizar um estudo similar na deteção do mecanismo de progressão para hepatocarcinoma nos mesmos.
Artigo interessante pois esta descoberta poderá contribuir, para o desenvolvimento de tratamentos específicos para os doentes com carcinoma hepatocelular, associado ao vírus da hepatite D. O carcinoma hepatocelular é um dos tumores malignos mais frequentes no mundo, tendo sido considerado pela OMS como problema de saúde pública em áreas de grande incidência como África e sudoeste asiático.
EliminarMargarete Arrais